A taxa de homicídios no Maranhão aumentou 121% em uma década, segundo o Atlas da Violência 2018 divulgado neste terça-feira (05) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o estudo, em 2006 eram 15,6 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes no estado e em 2016 essa taxa chegou a 34,6, mas vale destacar que, na comparação com 2015 (35,3 casos) houve uma diminuição de 1,9%, porém entre 2011 (23,9 casos) e 2016 o aumento foi de 44,6%.
De acordo com o estudo, Sergipe foi o estado que apresentou maior índice de homicídios em 2016, sendo 64,7 por cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto São Paulo teve o menor, 10,9. O Atlas, revela ainda que dez unidades da Federação tiveram taxa inferior à do Maranhão. Além de São Paulo, a menor do país, Santa Catarina (14,2), Piauí (21,8), Minas Gerais (22,0), Mato Grosso do Sul (25,0), Distrito Federal (25,5), Paraná (27,4), Espírito Santo (32,0), Rio Grande do Sul (28,6) e Paraíba (33,9).
Nesse intervalo de um década, o ano de maior taxa de homicídio no Maranhão foi 2014, quando chegou a 35,9, sendo que no ano anterior tinha sido bem menor, 31,8.
Em números absolutos, a evolução dos homicídios no Maranhão neste intervalo de dez anos foi de 148,5%. Em 2006 foram registrados 969 casos e em 2016 foram 2.408. Na comparação com 2015, houve uma retração de 1,2%, pois neste ano foram 2.438. Veja dados no Mapa:
Confira outros dados da pesquisa do Atlas da Violência 2018:
Juventude – Sobre os assassinatos de jovens, o Atlas revela que no Maranhão houve em 2016 uma taxa de 65,1 casos para cada grupo de 100 mil. Em 2006 foram registrados 527 homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos e em 2016 esse número chegou a 1.212, ou seja, uma evolução de 130%. Na comparação com 2015, quando foram registradas 1.257 mortes, houve uma redução de 3,6%.
Negros – O estudo revela ainda uma grande disparidade entre assassinatos de negros e não negros. A taxa dos primeiros em 2016 foi de 37,9 casos para cada grupo de 100 mil, enquanto para os segundos 19,6. Em uma década, a taxa de assassinatos de negros por 100 mil aumentou no estado 114,9%, pois em 2006 foi de 17,6. Na comparação com 2015, quando esta taxa foi de 38,4, houve uma redução de 1,4%. Quanto aos de outras raças, a evolução em uma década foi de 112,3%, com o registro em 2006 de uma taxa de 9,2 para 100 mil. Na comparação com 2015, com taxa de 19,1 por 100 mil, houve uma redução de 2,9%.

Mulheres – O número de homicídios de mulheres no Maranhão em uma década aumentou 137,3%, com o registro em 2006 de 67 casos, enquanto em 2016 chegou a 159. Na comparação com 2015, que teve 148 casos, houve um aumento de 7,4%. A taxa de assassinatos de mulheres em 2016 foi de 4,5 casos para cada grupo de 100 mil, 114,9% a mais do que em 2006, quando era de 2,1 para 100 mil. Na comparação com 2015, houve um aumento de 6,8%, pois naquele ano a taxa foi de 4,2 por 100 mil.
Mulheres negras – A taxa de mulheres negras assassinadas no Maranhão aumentou em uma década 92,9%, com o registro em 2006 de 2,5 casos por 100 mil e em 2016 essa taxa foi de 4,8%. Na comparação com 2015, a evolução foi de 14,3%, pois tinha sido, no ano anterior, 4,2 por 100 mil. O índice foi mais expressivo entre as mulheres não negras, que em uma década aumentou 246,9%. Em 2006 a foi taxa 1,0 por 100 mil e em 2016 de 3,3, ano em que houve uma redução de 9,3% na comparação com 2015, que registrou taxa de 3,7 para cada 100 mil.
Armas de fogo – No quesito assassinatos por arma de fogo, o Maranhão registrou um crescimento de 239,6% em dez anos. Foram 479 assassinatos com esse tipo de arma em 2006 e 1.625 em 2016. Na comparação com 2015, houve uma redução de 5,4%, pois tinham sido no ano anterior 1.718 casos. A taxa de homicídios por arma de fogo que em 2006 foi de 7,7 casos por 100 mil chegou em 2016 a 23,4, isto é 201,7% a mais. Na comparação com 2015, quando foi registrada uma taxa de 24,9 houve uma diminuição de 6,1%.